Frenchy Cannoli foi um dos maiores — talvez o maior de todos — hashmaker da história. Ele ficou famoso por largar tudo, nos anos 1970, para viajar o mundo e, por onde passava, foi em busca do haxixe perfeito. Com isso, foi aperfeiçoando técnicas de produção que ficaram mundialmente famosas.
O cara passou por países da América Latina, Grécia, México, Marrocos, Índia e muitos outros lugares onde a produção de hash é tradicional. A partir daí, Cannoli passou a entender mais sobre os processos de cura da resina da nossa amada erva e o resto é história.
Este post é uma homenagem a um dos maiores nomes da cultura canábica mundial. Continue sua leitura e entenda quem foi, sua biografia e o legado de Frenchy Cannoli. Vamos lá?
Quem foi Frenchy Cannoli?
Frenchy Cannoli foi um francês, radicado na Califórnia, que se tornou professor, consultor, artesão e ativista dedicado à produção e apreciação de concentrados canábicos, o haxixe. Seus estudos iam desde os métodos de armazenamento até o processo de cura da resina.
Com o tempo, o nome de Frenchy Cannoli foi ficando famoso no mundo canábico. Suas vivências acompanhando a produção de haxixe ao redor do mundo rendeu muito conhecimento e experiência.
Aqui no nosso blog nós temos um monte de artigos com temas interessantes do mundo canábico. Além daqueles assuntos que você já tá acostumado, também é possível conhecer mais sobre coisas como a Cannabis Cup!
Biografia de Frenchy Cannoli
Vamos começar do começo. Frenchy Cannoli nasceu em 13 de dezembro de 1956, em Nice, na França. Desde pequeno ele sonhava com a ideia de largar tudo e viver o mundo viajando. Fazer o Caminho da Seda ou curtir a vida com tribos do Saara parecia ser muito mais legal do que ficar enfiado em um escritório — errado ele não estava.
Depois de ter suas primeiras experiências com o haxixe, que já era ilegal na Europa, Cannoli ficou apaixonado pelo concentrado e quis entender mais sobre essa forma de consumir cannabis. Por isso, ele pegou a mochila e caiu no mundo.
A ideia inicial era encontrar — e experimentar — o melhor concentrado por onde passava. Com o tempo, ele aprendeu como fazer haxixe e aperfeiçoou o processo de cura da resina, como se fosse um bom vinho. Vou falar do legado dele daqui a pouco, então, continue lendo.
Para você ter uma ideia, ele acompanhou a produção de charas por oito temporadas. Esse concentrado é chamado muitas vezes de haxixe indiano, mas sua técnica de produção é bem diferente do que a gente tá acostumado.
Além disso, Frenchy passou um tempo em outros lugares que eram famosos pela produção de concentrados à base de marijuana. Por exemplo, Marrocos, México, Grécia, Paquistão, Nepal e muitos outros. Contudo, sua maior viagem — nos dois sentidos. Risos — aconteceu na Índia, mesmo.
Depois de aprender, ele formou família e se estabeleceu na Califórnia, nos EUA. Na época, as primeiras leis pró cannabis medicinal permitiam que ele saísse da ilegalidade e começasse a produzir haxixe sem medo de ser feliz.
Frenchy Cannoli morreu em 18 de julho de 2021, devido a uma complicação durante uma cirurgia. O legado dele ficará pra sempre e você entende mais sobre isso nos próximos tópicos.
A arte perdida de fazer haxixe: como Frenchy Cannoli mudou o mundo
Ao longo da vida, Frenchy aprendeu muito sobre como fazer concentrados de maconha. Por exemplo, entendeu os processos de produção e cura do haxixe marroquino ao indiano. Além disso, ele era um defensor do conhecimento livre e aberto.
Por esse motivo, ele ensinou milhares de hashmakers aspirantes por meio de seus seminários chamados Lost art of the hashishin, algo como “A Arte perdida do haxixe”, em português. Muitas dessas aulas estão disponíveis no canal oficial do Youtube, onde há vídeos com legendas em português, inclusive.
Devido às restrições de idade, não é possível adicioná-los por aqui. Mas vale muito a pena dar uma conferida na arte que é ver Frenchy Cannoli em ação.
Além disso, Frenchy deixou vários artigos publicados, todos em inglês. Você pode ler todos eles direto do site oficial do cara.
O legado de Frenchy Cannoli
Chegou a hora de entender mais sobre algumas coisas que Frenchy nos deixou. Por exemplo, ele elaborou uma tabela de classificação de haxixes, participações em podcasts e uma iniciativa de pesquisa. O cara era praticamente um dicionário canábico ambulante.
Veja mais detalhes sobre esses pontos a seguir:
Classificação de haxixe
Ao longo de seus experimentos e estudos, Frenchy Cannoli foi capaz de elaborar uma tabela para classificar o hash. Para isso, ele levou em conta 10 fatores, que são observados manualmente e no laboratório. Veja quais são:
- Aparência (appearance) da resina, que varia conforme os tricomas e precisa ser avaliada manualmente;
- O corpo (body) é como se descreve a sensação durante o consumo — igual um vinho ou uma cerveja, mesmo — que pode ajudar a decidir o sabor do concentrado;
- O aroma é o perfume da resina, basicamente. Se quiser parecer chique, é como ela se apresenta ao olfato.
- Por sua vez, a complexidade (complexity) e o balanço (balance) é como acontece a experiência de fumar. Se há vários sabores envolvidos, a harmonia de elementos etc.;
- A intensidade e duração (Intensity/Duration) identifica quanto tempo os sabores ficam na boca após carburar;
- O melt é o quanto de resina se forma nos tricomas. Quanto mais limpo for o material, melhor o melt;
- A maciez (smoothness) é como a fumaça se apresenta na hora de fumar;
- A estabilidade (stability) indica a qualidade do processo de secagem;
- O gosto (taste) é autoexplicativo. Ele diz respeito à experiência e ao sabor na hora de fumar;
- Por fim, o prazer geral (overall pleasure) é um apanhado de toda a experiência ao curtir um determinado hash.
Todos esses fatores recebem notas de 0 a 5 em uma tabela para saber se haxixe é bom. Depois, é só fazer uma multiplicação e chegar a um valor. Quanto mais perto de 200 for, melhor é o concentrado.
Artigos e livros publicados
Como falei anteriormente, Frenchy Cannoli escreveu para várias revistas famosas sobre cultura canábica. Entre elas, a Weed World Magazine, do Reino Unido.
Além disso, Frenchy também participou de vários podcasts. Inclusive, o último deles foi poucos dias antes de sua morte e é uma das últimas aparições públicas do hashmaker.
Trichome Research Initiative
Por fim, a partir de uma colaboração entre Frenchy Cannoli, suas marcas e Cannabinerd Consulting e High North Labs, surgiu a Iniciativa de Pesquisa em Tricomas. De modo geral, esse grupo busca aperfeiçoar os processos de envelhecimento das resinas para produzir o melhor haxixe possível.
Todos os passos e resultados da pesquisa estão disponíveis gratuitamente na página oficial do Trichome Research Initiative.
Conhecer a história dos grandes nomes da cultura canábica nos ajuda a entender quem caminhou pra gente poder correr por aqui. Então, compartilhe este post com seus amigos para valorizar tudo que Frenchy Cannoli fez.
Por falar em valores, aproveite para melhorar como você curte suas sessões. Veja nossas dicas de kits maconheiro e descubra a melhor forma de viajar!
