Com o Carnaval chegando, muita gente acaba misturando diferentes substâncias no mesmo dia. Isso nem sempre é seguro, além de acabar gerando uma bad trip, ainda há grandes riscos em relação à sua integridade e saúde. Por esse motivo, é preciso entender quais misturas podem ou não se dar bem umas com as outras.
Até mesmo aqueles que amam a cultura canábica, é primordial se atentar e ter precauções quando o assunto é misturar a erva com outras drogas. Por isso, preparei um conteúdo informativo cheio de detalhes sobre o assunto que você conhecer, com tabelas, comparativos, dicas e muito mais.
Quer saber mais sobre as misturas de substâncias? Continue a leitura e venha comigo!
É importante lembrar que nossos conteúdos são meramente informativos. Nosso principal objetivo é reduzir possíveis danos causados pela influência da mistura de diferentes substâncias, não incentivamos o consumo de nenhuma droga, OK?
Como são as drogas são classificadas?
Antes de saber quais substâncias podem ou não ser misturadas, é preciso conhecer como elas são classificadas, afinal, cada uma possui efeitos diferentes no nosso corpo. Segundo o Observatório Capixaba de Informações sobre Drogas, os tóxicos podem ser definidos como estimulantes, depressoras ou perturbadoras. Se liga:
- Estimulantes: são aquelas que aumentam a atividade do cérebro (cafeína, cocaína, nicotina, anfetamina, etc.) Elas estimulam a pessoa, fazendo com que fique mais agitada, elétrica e sem sono;
- Depressoras: ao contrário das estimulantes, atuam diminuindo a atividade do cérebro (álcool, ansiolíticos, calmantes, lança perfume, codeína, entre outros). São conhecidas por fazer o indivíduo ficar lento, desligado e devagar;
- Perturbadoras: também podem ser chamadas de alucinógenas, alteram a qualidade da atividade cerebral (maconha, cogumelo, ecstasy, LSD, entre outros).
Como classificar os efeitos das drogas?
Mas não para por aí, também existem outras nomenclaturas que servem para definir os tipos de efeitos causados por algumas substâncias. Se liga:
- Enteógenas: podem ser definidos por propriedades psicoativas. São usadas, geralmente, em cultos ritualísticos (ayahuasca, DMT e outros);
- Empatogênicas: são drogas que produzem efeitos de comunhão, empatia, harmonia, conexão emocional e compreensão (MD, MDMA, etc);
- Dissociativas: são aquelas que distorcem as percepções da visão e audição (mescalina, LSD, cogumelo e outras).
Como é o efeito da erva com outras drogas?
Mas afinal, por que algumas drogas não podem ser misturadas? Nós explicamos! Ao combinar componentes muito diferentes, eles acabam alterando o funcionamento de órgãos como os rins, cérebro, fígado e coração, amplificando o efeito da substância assim como os seus possíveis danos.
Já viu que não dá para brincar com essa parada, né? Por isso, maneire muito bem nos bloquinhos e fique por dentro das principais combinações que podem ou não ser feitas. Buscando te informar para uma redução de danos, preparamos uma tabela de interação entre drogas. Confira a seguir:
Ao analisar a tabela, é possível perceber que até mesmo a ganja, subestimada muitas vezes por ser “leve”, possui riscos altos quando agem em uma interação com outras substâncias, como o LSD, cogumelo e DMT, que por serem alucinógenos, podem aumentar consideravelmente o seu efeito e te deixar bem perdido.
Por outro lado, há combinações que podem ser misturadas sem nenhum problema. No entanto, independentemente de qual seja a outra “parada”, a dica é pegar leve nesse Carnaval e em qualquer outra festa para não se arrepender, OK? Agora, confira de uma maneira aprofundada como funcionam algumas interações da verdinha com outras drogas:
Maconha e cocaína
O risco é alto? Sim!
A cocaína é uma droga estimulante com efeitos anestésicos que pode ser fumada, inalada e injetada. Seu efeito é conhecido por deixar o usuário agitado e ansioso, totalmente o contrário quando comparado aos efeitos de estar chapado de cannabis, que geralmente são: relaxamento, sensibilidade aguçada e fome constante.
As duas drogas atuam com efeitos ligados ao coração. Por esse motivo, misturá-las pode aumentar os riscos de um ataque cardíaco, mesmo que você seja jovem e saudável.
Maconha com álcool
O risco é alto? O risco é baixo, mas os efeitos podem ser potencializados.
Principalmente no Carnaval, uma das combinações mais comuns é o uso da erva com o álcool. Quando usadas em conjunto, sem muito exagero, não há muito problema caso você tenha uma certa experiência.
Caso contrário, é comum que pessoas apresentem náuseas, vômitos ou até mesmo reajam tendo uma crise de ansiedade/pânico, o famoso “‘greening out”.
Podemos dizer que os dois podem potencializar os efeitos um do outro e criar uma brisa muito perigosa, fazendo com que o usuário muitas vezes perca a linha e fique muito alterado. Por isso, se for misturar, a dica é não abusar demais para não dar ruim, fechou?
Se quiser curtir de boa, uma opção é a cerveja de maconha, que une o melhor dos dois mundos.
Maconha com cogumelo
O risco é alto? O risco é médio. Os efeitos podem ser potencializados.
Usar a maconha com cogumelos pode ser uma experiência intensa e indicada apenas para aqueles que já conhecem as duas substâncias, se esse não é o seu caso, evite. A maconha, usada em conjunto com outras drogas alucinógenas, potencializa consideravelmente seus efeitos, deixando a sua trip muito mais intensa.
A forma de uso também é algo que precisa de um certo cuidado. Jamais fume os cogumelos, seus esporos podem causar sérios problemas pulmonares e nas vias respiratórias. Caso queira saber mais sobre a mistura dos dois, clique no link e confira se a maconha e o cogumelo podem ser misturados. Acesse!
Maconha com remédios sedativos
O risco é alto? Sim. Pode dar ruim!
Fumar um baseado e depois tomar remédios sedativos para pular Carnaval não é uma boa ideia, as duas conjunções podem te deixar com excesso de sonolência e em alguns casos até mesmo acabar em uma crise de ansiedade. A interação da erva com o Lean (xarope de codeína), que muitas vezes é usado de maneira recreativa, pode desencadear em vômitos muito fortes.
Essa condição é conhecida como “scromiting”, onde o indivíduo, após consumir as duas substâncias, acabam tendo vômitos tão dolorosos e fortes que acabam gritando.
Além disso, a maconha acaba inibindo boa parte da metabolização de diversos medicamentos. Portanto, quando um usuário usa Lean e maconha, o medicamento acaba tendo seus efeitos reduzidos.
Leia também: Como diminuir a ansiedade rapidamente – 8 maneiras naturais. Confira!
Conclusão
Assim, podemos concluir que a mistura de diferentes tipos de substâncias muitas vezes pode fazer muito mal. Se você está pensando em curtir o Carnaval numa boa, a dica é aproveitar e não misturar qualquer parada. Além de ter grandes chances de você passar mal, ainda poderá ter grandes problemas ao longo prazo.
Outra dica que podemos dar para você é não abusar na quantidade, utilize pequenas doses para curtir o seu rolê com moderação. Dessa maneira, o seu corpo poderá entender o que funciona bem para você ou não.
Comentar sobre a interação da erva com outras drogas é de extrema importância para uma ação de redução de danos. Assim, o usuário consegue evitar possíveis complicações futuras e entender como tais elementos reagem em seu corpo.
Aproveite o Carnaval com muita moderação e fuja do prensado. Mesmo tendo um custo-benefício maior, essa erva pode ser extremamente prejudicial para a sua saúde. Boas festas!
Esperamos que tenha gostado do nosso conteúdo sobre mistura de drogas. Aqui na Tabacaria da Mata você encontra outros posts informativos que podem ser do seu interesse. Confira também o que fazer quando a maconha está mofada. Será que tem salvação? Faz mal fumar? Acesse para ver!
Referências
- Maconha não serve para tratamento de vício em cocaína, aponta estudo. Disponível em: <https://institutodepsiquiatriapr.com.br/blog/maconha-nao-serve-para-tratamento-de-vicio-em-cocaina-aponta-estudo/>. Acesso em: 5 jan. 2024.
- DALDEGAN-BUENO, D. Maconha e cocaína: os potenciais riscos e benefícios do uso em conjunto. Disponível em: <https://www.cienciapsicodelica.com.br/post/maconha-e-cocaina-os-potenciais-riscos-e-beneficios-do-uso-em-conjunto>. Acesso em: 5 jan. 2024.
- Os perigos ocultos da maconha. Disponível em: <https://www.macep.org/files/THC%20BROCHURES/THC%20Brochure%20Portuguese.pdf>. Acesso em: 5 jan. 2024.
- Guia de Sobrevivência às Drogas e às Noitadas LINHA VIDA -SOS DROGA 14 14. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.sicad.pt/BK/Intervencao/Materiais/Lists/SICAD_MATERIAIS/Attachments/38/guia_noitadas.pdf>.
- BROWN, J. D.; WINTERSTEIN, A. G. Potential Adverse Drug Events and Drug–Drug Interactions with Medical and Consumer Cannabidiol (CBD) Use. Journal of Clinical Medicine, v. 8, n. 7, p. 989, 8 jul. 2019.
