Recentemente, o sistema endocanabinoide (SECB) foi descoberto e tem sido objeto de pesquisas de relevância mundial, pois ele age no nosso sistema nervoso central (SNC) e em diversos outros aspectos essenciais do corpo humano.
Sem spoilers, mas o SECB consegue até conectar atividades cerebrais a estados de saúde e doenças físicas! Ou seja, pode ser um grande aliado para o nosso bem-estar a curto e longo prazo.
Neste post, vamos explicar tudo sobre o sistema endonabinoide – o que vai envolver informações sobre substâncias endocabinoides e o nosso amado CBD. Acompanhe os tópicos!
O que são endocanabinoides?
Os endocanabinoides são neurotransmissores canabinoides produzidos pelo próprio corpo humano. Por esse motivo, também são chamados de canabinoides endógenos – calma lá que vamos explicar!
Eles atuam principalmente no sistema nervoso central, que é composto do encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e da medula espinhal, sendo responsável por captar e transmitir informações para o corpo.
Entendendo os termos
Antes de continuar com as explicações, vamos voltar um pouco e entender sobre o que são canabinoides e neurotransmissores, além do que significa quando um deles é endógeno.
Canabinoides são substâncias naturais ou artificiais que ativam os receptores canabinoides do tipo CB1 ou CB2 do nosso corpo. Eles podem controlar coisas como fome, humor, dor, sono e mais, mas já falamos sobre isso em outro post aqui do blog.
Já os neurotransmissores são os mensageiros que fazem o corre entre as células nervosas. Ou seja, são eles que carregam as informações químicas ao longo do nosso corpo.
Por último no glossário Da Mata, “endógeno” é um termo que indica que algo vem de fatores internos. É preciso fazer essa diferenciação porque existem canabinoides que são produzidos por plantas – inclusive pela maconha!
Juntando todas essas informações, podemos entender bem melhor porque endocanabinoides são caracterizados como “neutroansmissores canabinoides endógenos”, não é mesmo?
Tipos e níveis de endocanabinoides
Os endocanabinoides ajudam em várias funções essenciais do corpo humano. Contudo, ainda não é possível quais são os níveis normais de uma pessoa saudável, pois o nosso organismo os produz conforme a necessidade.
Atualmente, os cientistas consideram que há dois tipos principais de canabinoides endógenos. São eles:
- Anandamida ou araquidonoil etanolamina (AEA);
- 2-araquidonilglicerol (2-AG).
Uma curiosidade sobre o primeiro endocanabinoide descoberto é que o seu nome deriva da palavra “ananda”, que em sânscrito significa felicidade.
Endocanabinoides da maconha x do corpo humano
Os cientistas de Harvard que fizeram a descoberta ainda afirmaram que todo mundo tem moléculas canabinoides no seu sistema nervoso central – e elas se parecem muito com as da cannabis!
Tudo isso é muito interessante, não é mesmo? Essas descobertas mostram como o ativismo e a liberação da cannabis medicinal podem acrescentar em qualidade de vida para a sociedade.
Para entender mais sobre esse assunto, confira nosso post com os melhores livros sobre maconha que todo ativista deveria ler.
O que é o sistema endocanabinoide?
O sistema endocanabinoide é um dos responsáveis pela regulação dos processos fisiológicos do corpo humano.
Esse sistema foi identificado pela primeira vez em 1964, pelo cientista Raphael Mechoulam, juntamente com a descoberta do tetrahidrocanabinol – o famoso THC.
No entanto, somente 20 anos depois algumas pesquisas fizeram a relação interessante de que o cérebro humano produz efeitos muito parecidos com os da cannabis.
O SECB é composto por uma série de enzimas e receptores que estão presentes em diversos tecidos do corpo humano. Ele trabalha como sinalizador entre as células e os processos do organismo.
Além disso, esses receptores canabinoides são os responsáveis por mandar os sinais pelas células ao longo do corpo. Eles são divididos em dois tipos:
- CB1: está presente principalmente no cérebro e na medula espinhal. Ou seja, no Sistema Nervoso Central.
- CB2: atua principalmente no Sistema Nervoso Periférico (SNP) e nas células imunes.
Os efeitos da ligação dos endocanabinoides vão variar conforme o tipo de receptor e da sua localização no corpo humano. Por exemplo, se eles se ligarem com um CB1 de uma parte da medula espinhal, podem ajudar a aliviar a dor.
Trazendo isso para o nosso contexto, seria como se o corpo humano tivesse um derivado próprio da cannabis para chamar de seu. Fica ligado(a) na próxima parte do post para entender certinho para entender o propósito disso!
Qual a função do sistema endocanabinoide no corpo?
Os cientistas ainda não sabem totalmente qual é a função do sistema endocanabinoide no nosso corpo. Ainda que se fale sobre o uso medicinal da maconha há um certo tempo, o estudo dos canabinoides é relativamente recente.
Contudo, as pesquisas apontam que o SECB ajuda o nosso organismo a funcionar dentro do seu estado ideal.
Esse estado de manutenção da estabilidade do organismo é chamado de homeostase. Por exemplo, quando a nossa temperatura sobe, o organismo vai atuar para que ela fique dentro do que é o normal. Além disso, veja outras funções fisiológicas que os endocanabinoides regulam:
- Memória e aprendizado;
- Dores;
- Inflamações e respostas imunes;
- Sono;
- Metabolismo;
- Humor;
- Apetite e digestão.
Depois que o corpo ativa o SECB e tudo volta ao normal, surgem enzimas que quebram os endocanabinoides. Isso os impede de trabalhar demais e estragar o que foi consertado.
Depois dessa aula de biologia, é hora de entender como a maconha pode ajudar em todo esse processo. Então, veja como a nossa erva pode interagir com o SECB!
Como o CBD interage com o sistema endocanabinoide?
O canabidiol interage com o sistema endocanabinoide por meio do CB2 e oferece benefícios para doenças que atuam nos Sistemas Nervosos Periférico e Central. Por exemplo, a epilepsia, o Parkinson, dores e, em alguns casos, pode auxiliar no tratamento do câncer.
Sempre é bom ressaltar que o canabidiol, também chamado de CBD, não tem efeito psicoativo. Essa ação fica sob responsabilidade do THC. Essas duas substâncias são chamadas de fitocanabinoides.
Além disso, elas têm uma estrutura molecular parecida com os endocanabinoides produzidos pelos mamíferos.
Existem doenças relacionadas aos endocanabinoides?
A desregulação no sistema endocanabinoide pode causar algumas condições relacionadas às dores. Conforme os pesquisadores entenderam mais sobre o SECB, perceberam que há uma deficiência endocanabinoide clínica – a CECD.
Ela não é exatamente uma doença, mas um termo que abrange condições com uma característica em comum. Veja alguns problemas relacionados a ela:
- Enxaqueca;
- Fibromialgia;
- Síndrome do intestino irritável.
Por esses motivos, o canabidiol tem sido uma grande aposta para tratar de condições específicas. Principalmente àquelas ligadas ao Sistema Nervoso Central.
Como estimular o sistema endocanabinoide?
Isso pode ser feito de formas naturais, como exercícios físicos, ou com fitocanabinoides, como o uso de óleo de canabidiol. Afinal, a deficiência de canabinoides endógenos pode causar as condições que mencionamos anteriormente.
Veja como estimular o seu SECB:
- Fitocanabinoides: fumar unzinho ou usar o canabidiol podem influenciar e estimular os receptores no nosso corpo. Principalmente quando os índices de endocanabinoides estão baixos.
- Exercícios aeróbicos: quem nunca ficou chapado de endorfina que atire a primeira pedra. Fazer uma atividade como correr ou pedalar pode ajudar a aumentar os níveis da anandamida, que é um importante tipo de canabinoide.
- Ômega 3: o corpo humano precisa de ácidos graxos, como o ômega 3, para sintetizar os endocanabinoides. Então, aposte em alimentos como peixes, sementes de cânhamo e oleaginosas.
Como você pode ver, a alimentação é uma boa forma de estimular o SECB. Então, que tal aproveitar para ver algumas receitas cannábicas e melhorar o seu cardápio?
Os estudos sobre os benefícios da cannabis avançam mais a cada dia que passa. Como você pode ver, o corpo humano tem a sua própria forma de liberar canabinoides e que eles ajudam a regular diversas funções do organismo.
Esses fatos são importantes para qualquer ativista, porque eles ajudam a mostrar que a nossa amada erva não deve ser criminalizada.
Para isso, é preciso conhecer muito sobre os estudos e a legislação vigente sobre a maconha. Isso pode trazer muitos benefícios para a sua vida, principalmente no que diz respeito à redução de danos e ao uso medicinal.
Então, para ficar ainda mais ligado, vai ler o nosso post sobre a prescrição da maconha!
Até mais!